Tem
papeis dobrados no meu assoalho, um tipo de origami que deu errado.
Levando-me
para razões aleatórias... Perguntas, memórias, vida recortada
Não
posso mais carregar retalhos, nem tantas cores, nem tantos amores...
Nem
escapar por linhas estreitas achando que a solução só estará na
aresta.
Deitar-me
entre rabiscos, entre palavras metafóricas, até me embriagar em
mais
Uma
ideia estúpida de direção. Apreciar o chá e o cada dia que parece
mudar...
Devagar,
atiçando a ruína que nunca deixa de se vangloriar. Faz bem querer
ficar?
Desdobrar
essas lembranças, acender um pouco de voracidade no meu candelabro
E
quem sabe mais uma vez, dobrar-me em poesias que nunca deram errado.
Daniele Vieira