17 de novembro de 2012

Saudade Constrangedora


É de tempo, essa saudade constrangedora.
Admito que minha razão tem sido testada
E meu juízo esteve de mãos dadas com a fé,
Com essa dor inesgotável em meu peito.
Só pode ser pelo desapego. Só pode ser
De falta de estímulo; como se pudessem me
Medicar com poesias carismáticas envolventes.
Tenho carência de épocas passadas, de tudo
Que não vivi e que ainda vou viver.
Mas sou ansiosa... E me perco pensando e
Migrando nas minhas utopias encantadas,
Enfeitiçadas pelo que almejo, pelas minhas futuras
Realizações tão imprevisíveis. De tudo que sei,
Na verdade sei muito pouco, antes que, um pouco
De tudo é o necessário e algo mais. É de tempo,
Essa mania de criar, esquecer e depois relembrar...
Sorrindo em deleite, com outra saudade constrangedora.

Daniele Vieira

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