3 de maio de 2015

Das Coisas Que Eu Gosto


Eu gosto desse sem jeito, desalinhado, de como minha blusa favorita fica
Eu gosto de ficar sentada na escada, imaginando cores, criando poesias
Eu gosto de andar com calma e sem alarde mesmo que esteja no meio da chuva
Eu gosto da chuva, da paz, do cheiro, dos desejos e da simplicidade que ela trás
Eu gosto de músicas que tocam minh'alma sejam elas alegres ou calmas
Eu gosto do jeito que sai a fumaça do incenso e do chá da tarde que não consigo tomar
Eu gosto de nunca ser tarde demais e nem cedo demais... O tempo passa e eu parei nele?

Eu gosto do perfume floral, do sabonete de pitanga, do picolé de amora
Eu gosto das poesias que nunca ousei publicar e das que guardei com outras lembranças
Eu gosto da minha utopia, da minha loucura, do caos, do meu quarto desarrumado
Eu gosto de como as ondas do mar se consomem e quebram num espetáculo singular
Eu gosto da mangueira que plantei e de como ela cresceu como eu, menina, queria...
Eu gosto do aroma de alfazema e do conforto materno que a ele se vincula
Eu gosto de ser tarde demais ou cedo demais... O tempo parou e eu passei dele?

Eu gosto de coisas que eu não sei o nome, nem o explicar, uma fórmula afrodisíaca
Eu gosto de emoções que eu não encontro palavras para descrever, as que não sei sentir
Eu gosto de misturar os sucos, os remédios e as geleias na mesma fatia de torrada
Eu gosto de dar nomes próprios para os eletrodomésticos e móveis da minha casa
Eu gosto da maneira como não gosto de ser exposta, nem de ser desvendada
Eu gosto de saber muito pouco, de mim, das pessoas, do universo.
Eu gosto da relatividade, da mudança e de tudo ao seu tempo...
E eu gosto e não gosto, inevitavelmente, em por a culpa no tempo.

Daniele Vieira

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