Venha, não tenha medo! Apenas me escute suavemente...
Sou uma galáxia de segredos. Sou universos caleidoscópios.
De breves tangentes púrpuras em falecimento na atmosfera cósmica.
Sou utópica por ser presente em memórias platônicas... Sou outrora
Que nunca fui, sou Pasárgada. Deito-me nas hipóteses vinculadas ao existir
E descanso no leito da melodia que trilha minha história. Olho para o alto e
Esqueço de medir o peso das minhas reações ilusórias... Me atraio pelo desgastado
Pelo velho, pelo lendário, pelo antiquado, pelo não decifrado, pelo trancado...
Ora, amo errado na era de aquário pois já tirei o salto alto e senti o chão descalço
Que afago, que dádiva o chão sempre estar descalço, despreocupado, desarrumado.
Aprecio os belos detalhes eufóricos para serem reconhecidos como essenciais.
Acho bonito os laços que criamos, não os apegos, mas as certezas de não estarmos só,
Tem algo mais precioso e vital do que isso? Principalmente quando a sua pior inimiga
É a autodestruição. Parece até que tem alguém que já escreveu minha história...
É como se eu já soubesse o meu destino, já me cansei de chamá-lo de carma,
Coincidência, inevitável e entre outros... Cansei de tentar mudar o que só o tempo pode.
Me contento em esperar com o punhado de purpurina no céu e uma gigantesca pérola cintilante.
Minhas rimas douradas se perderam com as minhas mudanças, sonetos pobres me embriagam
E me levam para solidão, lugar agradável para os poetas, fonte de inspiração filosófica.
Luzes refletem no meu amanhecer, uma explosão de cores harmônicas.
E isso é divinal, isso é paradoxo espiritual, isso é poesia parnasiana!
E o cantar do sabiá? De todos meus universos, meu maior segredo
É o não almejar as maravilhas mas sim contempla-las.
Daniele Vieira
Inspirada em C. Debussy,
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