Porque, talvez, realmente tenha que ser
Ser o quê? Ser como? Ser assim? Ser
sem?
O que me compete ter, querer e ser algo
que “tenha” que ocorrer?
O que pode me comprometer com esse
futuro traquino, malandro e incerto?
Quando tudo que eu sei e entendo é tão
pouco para me orientar nessa imensidão catastrófica.
Procurar respostas nessa situação
seria como escurecer minha visão…
Será que é necessário entender? Se,
será, por quê?
Quando não entendendo e não sei o que
realmente quero, vale a pena deixar de me preocupar?
Como viver sem se preocupar? Viver sem
fardos?
Como dormir sem ter nada para se
preocupar?
Saberá, eu, como lidar com os meus
anseios levianos e especulantes?
Se não há nada que me aprisione, por
que ainda estou aqui?
E por que eu não consigo sair? Se,
será, porquê?
Porque, talvez, realmente tenha que, sem querer querendo, ficar.
Porque, talvez, realmente tenha que, sem querer querendo, ficar.
Daniele Vieira
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