29 de abril de 2012

Despedida de Abril: Parte I


Uma reconstrução do jeito que você sempre foi,
É para estimular outro conômetro do tempo
Primeira vez, chora primavera, encantada quimera
Desabrocha nessa ilusão que salta em você
Cedo ou tarde, ela vai te agarrar e te machucar
Mas faça que seja conhecido pelo seus amantes
Toda loucura é bem vinda, decidi que fica melhor comigo
Sente perfume, sente textura, deslumbra poesia
Primavera sorrir, mas parece que no fundo ela 
Está suportando uma grande dor, criando espinhos
Entre rosas puras, salteando cores errantes desde antes
E agora ela suspira por outro homem, coberto de luminosidade
Como parece e como é, ela chora no seu próprio Parecer-Ser
Suas invenções a rotula antes mesmo da primeira flor florescer
Floresceu sozinha, se abraçou para não colocar seu futuro em outro
É meu Outono que precoce veio e machucou minha Primavera
Mas ela ainda desanda, em perfeito descompasso porque
Ela é minha única permanente, ela é minha única certeza
Talvez desculpas, mas elas não representam nada
É meu epílogo, a partir daqui eu começo meu novo enredo
Garante que os meu lírios não vão chorar quando eu for embora
Eu não sei me despedir de Abril, eu não sei e nunca vou saber
Primavera sempre sussurra coisas absurdas e ela disse
Que sempre estaria aqui, florescendo dentro de mim.

Daniele Vieira

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