4 de junho de 2012

Minha Carta


Hoje eu escrevi uma carta, ela era para você, na verdade era para me entender melhor
Hoje eu escrevi uma carta falando do que sinto sobre tudo que me ocorreu esses tempos
Hoje eu escrevi uma carta meio embolada, meio sem foco mas eu escrevi sobre nós

E que nós era esse? Se nunca entendi meu eu e teu complexo eu como isso virou nós?
E que nós era esse? Quando jurei ter criado a solução perfeita para o desfecho sem dó?
E que nós era esse? Como se algo ainda ficasse impregnado em mim procedendo outros?

Depois da todavia, do entretanto, o que cabe a eu dizer a respeito de toda essa situação
É apenas o improvável, não espero outras cartas, outras desculpas, outras respostas
Na verdade eu espero apenas esquecer de verdade, maldita ligação astral, me desvirtua

Quando escrevia, ia comparando nossa relação com uma árvore que cortamos só o tronco
Quando escrevia, falava sobre como termos esquecido de matar o amor desde as raízes
Quando escrevia, descrevia como aquelas raízes ainda sugava as coisas boas ao meu redor

Já era tarde para querer lembrar de todas as loucuras agora utópicas em minha cabeça
Já era tarde para tentar esculpir aqueles sonhos em outras cicatrizes de amores bobos
Já era tarde para buscar uma nova solução para um problema que só vem com o tempo

Por isso escrevo, por isso escrevi, por isso escreverei. Minha razão se alinha com palavras
E quem sabe valha apena tentar relatar esses epílogos que parecem intrigantes cada vez mais
Esquadros, quadrados, retratos, preciso de espaço porque agora o desapego pode ser grande.

Daniele Vieira



Nenhum comentário:

Postar um comentário