30 de setembro de 2011

Selecionar


Procede em meio ao caos. Amparos, uns aos outros, tremor perante imagem, da qual um dia foi selecionada por teus amplos olhos. Para sempre submerge, alça os seios de areia pálida que com destreza ruboriza molhando o chão de timidez. Encanta com a dança rítmica, que enrola e desenrola acabando no falecimento da ideia principal. Levados sonhos, para em fim fatos e relatos serem trazidos.
Composto pela honra imperial, as epidemias transportas pelas cogitações dos verdadeiro sentimentos, mexeram com as minhas noções. Palco é úmido e as apresentações são espetaculares. Tamanha frieza é tal quanto sua beleza.
Cada gota pulando, girando, correndo, deslizando são mares de agonia isso sim. O tormento é confortante, o momento é apreciado assim  como surgir paz e a harmonia em meio de tanta desordem, procede em meio ao caos. Cadeias passaram e se quebraram, o tempo passou e pra mim é como esteve sempre parado. Tudo que eu sei é que parece uma eternidade. Compartilho essas lembranças, travessas, que se opõem ao mundo impróprio. Selecionadas por compostura, sozinha, indecente escrevo bulhando atmosfera de pressão. Declínio, o mar é senso e razão.
Contorno essas pérolas com o mar, o sol que está pra acordar. Aurora Boreal cega os pontos de minha visão, abrindo meus olhos pela primeira vez. Alguém sabe, o que importa foi que as virtudes não me alucinaram. Passo, descompasso, desejo, atrito, a gravidade me puxa para o chão. 
Improviso, aprendo a selecionar as vislumbres cenas.
Das quais um dia, em déjà vu, irei me recordar.

Daniele Vieira

17 de setembro de 2011

Um dia eu escrevi


Sabe, um dia eu escrevi, com palavras trémulas nos lábios e os dedos pressionando forte a caneta que mais borrava o papel de tinta do que  pintava  palavras, eu escrevi  o quanto queria que tudo desse certo. Os escrúpulos permaneciam ao meu corpo, já minha alma era dividida, em partes de minha dor, alegria e equilíbrio. Tinha desespero em cada suspiro, degolava os insultos, atrevimentos de amor.
A dor de sentir a perda chegando era explícita, já o suspiro do alívio e da confiança me aparava. Imaginar, é o que me conforta.
É o que eu faço de melhor. Estava a ecoar os passos frios que sugerem a derrota. MEDO? Se não era possível ou que seja, a queda é pior que quando chega no chão. Pergunto-me, tenho qualidades suficientes para alegar minha fé? E as preces que fiz pra contornar minha situação?
É para acreditar, porque no final quem estava escrevendo o que nunca teria coragem de falar era eu.
Um dia eu escrevi, na parede do meu quarto,  o quando desejava que tudo ocorresse como queria e tudo se resumia em: imaginar.

Daniele Vieira