27 de outubro de 2012

Orgulho


Outubro, divide minha vida e me leva até quem eu sou.
Orgulhosa. Talvez pense que exagero, mas é verdade
No fundo me encontro em um depósito de orgulhos
E a humildade passa na frente, derrubando obstáculos
Mas no fim, o orgulho fecha todas as portas, todas as
Oportunidades, todos os sonhos, todas as esperanças.
Olha que outro outubro como esse não quero, prefiro
Outono queimando em primaveras infantis, aliás já tenho
Dezessete primaveras. Eu nunca pedi por muito, mas
Agradeço pelo que tenho, eu nunca desejei tanto outubro
Com tanto orgulho, que me vejo quebrado em estilhaços.
Amo com tanto sôfrego e idolatria que a contemplação
Vira minha inimiga distante. Tive dores no joelho...
E esotericamente, significa estar com muito orgulho e ego.
Logo eu, que achava que me policiava de tais pecados da alma.
Percebi que estive o ano todo assim, esperando os outros
Agirem por mim, para me poupar se arrependimentos.
Tenho pavor à arrependimentos instáveis. Me tornei segura,
E adotei o orgulho como um escudo. E eu me arrependo disso.
Nos próximos dias estarei reatando-me, mas na verdade,
Apenas em novembro que o mar vai acalmar, e quem sabe,
 Talvez, meu orgulho se afogue, no vai e vem das ondas, devagar...

Daniele Vieira