22 de setembro de 2014

Despida Sensação: Quero Sentimentos Descalços


Quero seus sentimentos descalços
Despida sensação de livres pés no gramado
Amado, ama, doa, doma, figura potente
E lá se vai, outra fonte esvaziada, vem cá
Gosto dessa festa de cores, vem... Sente
Vir o que fazemos acontecer, meu céu, alá!
Deleita, deita, eleita, lei, ei... Despida sensação
De querer me embriagar sem ninguém, ficar aqui
Comigo, contigo e com toda minha leve criação
Não venha mais ninguém, tá tudo tão calmo daqui
Tão meu, tão refratária mente caleidoscópica
Ver-te-ia sorrindo saudações que já caíram no chão
Eu não me incomodo, nem com ilusões recíprocas.
Despida sensação de estar bem e de se acostumar...

Quero meus sentimentos descalços
Despida sensação de deixar voar,
Navegar nas nuvens do céu,
Emanar vibrações calorosas
E aprender a amar.

Quero os sentimentos descalços
Despida sensação de sentir arrepios na chuva
Até eu encontrar, até eu clarear... Vem clarear
Não quero saber, agora só sentimentos me rodeia
São livres, sem definição, despidos, descalços...
Não são meus, não são teus, são do mundo!
É tudo, é esse vento malandro bagunçando meus cabelos
É essas cores que desdobram nos teus lábios entreabertos
É essas ondas que vão e vem sobre os olhos cansados
É esse turbilhão de "nada", é essa simplicidade gigante
É essa coisa boa que emerge no peito... É só o meu eu.
Eu estou tão bem, contente com o estar descalça...
Não é suficiente, nem de transbordar... É de inundar!
Despida sensação de experienciar o acalmar...

Daniele Vieira

13 de setembro de 2014

Inconstantes


Como praticar o desapego se não apego e nem pego por pouco ego.
Nem nego quem dirá entrego minhas razões por outras ações de benevolência
Essência selvagem age nesse aparelho carnal, mas sou muito mais que isso
Sorrio de canto, se eu ainda canto em meio de falsos prantos dramáticos
Por que tento me sentir assim? Alguém que não faz parte de mim? Cadê o fim?
Sentimentos cítricos, cêntricos e inconstantes insistem por todo instante
Em não querer mudar e nem moldar nada que possa afirmar o que já passa
E olha! Já passou e talvez passará de novo... Sentimentos sazonais
Urbanos levianos nos bancos das praças, nas calçadas e por onde encontro
Planos de fundo e planos sem fundos, fundamentos e que nem são fundamentais
Alça ao desespero por erro, erro? Erro por medo isso sim, medo motiva
Cativa e cria, mas não deveria quando se tem algo melhor e tão constante
Algo que não é e não pode ser, mas talvez será, assim, poesia entre meus dedos.

Daniele Vieira

10 de setembro de 2014

Se, Será, Porquê?


Porque, talvez, realmente tenha que ser
Ser o quê? Ser como? Ser assim? Ser sem?
O que me compete ter, querer e ser algo que “tenha” que ocorrer?
O que pode me comprometer com esse futuro traquino, malandro e incerto?
Quando tudo que eu sei e entendo é tão pouco para me orientar nessa imensidão catastrófica.
Procurar respostas nessa situação seria como escurecer minha visão…
Será que é necessário entender? Se, será, por quê?
Quando não entendendo e não sei o que realmente quero, vale a pena deixar de me preocupar?
Como viver sem se preocupar? Viver sem fardos?
Como dormir sem ter nada para se preocupar?
Saberá, eu, como lidar com os meus anseios levianos e especulantes?
Se não há nada que me aprisione, por que ainda estou aqui?
E por que eu não consigo sair? Se, será, porquê?
Porque, talvez, realmente tenha que, sem querer querendo, ficar.

Daniele Vieira