31 de julho de 2012

Dores Esmaltadas


Dores esmaltadas, distribuídas pelos fósseis persistentes 
E entre as ondas e os espelhos, desgasta essa agonia 
Mas mesmo dure ela, mesmo que arranque à pele
De ruptura lhe dói os desejos fragmentados pela loucura
Ela jazia oca, de decoração morta na praia
Na vida nunca teve orgulho, nem o prazer da satisfação
Mal alguém lhe nota, mal é integrada, sempre
Está coberta de ideias mirabolantes, quando fita o mar
Enlaça seus sentimentos com o dele, como se completamente
A dor passar, o frio passar e o vento estilhaçar o triste
Sente o vibrar do mar ecoando em sua solidão
Solidão que feliz fica se transforma em solitude.

Daniele Vieira

O Que Quer Chegar


Agora que chega, o que quer?
O que fascina? Desesperada entrega
Sempre se distrai com o prazer
Altos e baixos, mas continua estável
E nunca tem certeza do que quer
Desmoronando-se nas manhãs
Falecendo em vozes na minha cabeça
Equilibra com a tal de ansiedade
O que quer? Com esses olhos petrificados
Eu quero escolher aonde vou chegar
Eu quero escolher deixar, deixar o destino me levar
E lá não ficar, e não me prender aonde chegar
Mas sim aonde começar novamente.

Daniele Vieira

29 de julho de 2012

Rosa Cheirosa


 Olha as rosas ali que perfeição
Minha alma sorriu por inteiro
Mas que sentimento caseiro
Outra alegria para o coração

Nem venha com descontento
Flor delicada, rosa cheirosa
Florescer que a espera ansiosa
Naquela esperança de ter talento.

Daniele Vieira



Me Sinto Sufocada


Me sinto como se estive sendo sufocada
Por toda essa impaciência, todo esse não pensar
É triste mas tenho que encarar a realidade 
Eu dependo das pessoas, dependo do amor
Mas não correria o risco de confiar por demais
Nem de tentar ser o que eu não sou...
Ultimamente, penso: Quem realmente eu sou?
Se alguém perguntasse minhas características
Não saberia dizer. Ao máximo seria :
"Ah, visita me blog!" ou "Eclética"
Me sinto sendo sufocada, quem eu sou?
Se todos somos diferentes com diferentes pessoas
Se todos somos bons e ruins com quem queremos
Quem somos de verdade? Qual é nossa identidade?
Quando no fundo eu sei o que eu gosto, o que eu aprecio
Devo afirmar que todas as pessoas tem seus lados
E decidimos como ser, como agir, com quem queremos
Me sinto sufocada, me sinto com os medos do julgar
Preciso de alguém que me ajude a respirar.

Daniele Vieira

Pensamentos No Tardio


Pego pensamentos dançando no crepúsculo tardio
Relembrando sentimentos inválidos e sonhos deixados
Aquela aurora, aquele perfume, aquela estranha poesia
Como eu queria que um dia tudo se realizasse tal como
E os pensamentos dançam e salteiam no meu coração
Deixando-me cheia de perguntas, cheia de curiosidade
Será? E se? Quando? Por onde anda minha criatividade?
Cativa estímulos por desculpas, e tudo isso não é nada
Nada parecido com os meus pensamentos no tardio.

Daniele Vieira

25 de julho de 2012

Tudo Muda


É agora foi pra valer! No dia 21 de julho de 2012, virei vegana.
Não consumo mais nada que seja resultado do maltrato ao animal.
E é claro, não foi tão difícil assim como as pessoas pensam...
Eu acho que é porque eu me adapto as circunstâncias muito rápido
Ou deve ser por que já não consumia carne vermelha faz 8 anos
E um das minhas metas era virar vegetariana quando crescesse mais...
Porém o inevitável é danado consequente, não é? Provas e mais provas
Me deixaram pasma, mal conseguia acreditar nas loucuras humanas
Nem na violência com seres que nunca fizeram mal para a humanidade
Já passa 5 dias e hoje é que me coração aquietou-se, aqui não é lugar
Para discursos políticos, ambientais mesmo eles sendo éticos e morais
E é difícil... Mais o desapego é fácil e é bom por demais tirar esse fardo
Ouso dizer que como até melhor que antes, muito mais saudável!
E a opinião alheia? Não me falta. Ninguém quer acordar para realidade
Ninguém quer amar para depois ser amado. Ninguém quer deixar
Algo que a sociedade capitalista diz que é bom e nutritivo. Quando, 
Ora quando, podíamos acabar com a fome mundial! Acorda sociedade!
Acorda meus irmãos, por que eu já passei na minha aprovação
E hipocrisia não é mais solução para quem não quer deixar prazeres
Quem come cadáveres, não se ofenda de ser chamado de cemitério ambulante.

Daniele Vieira

PS: A página "10 curiosidades da autora" já foi atualizado no dia 23/07/2012! Agora são 11! (:

16 de julho de 2012

Vazia


Sendo sincera, esses tempos estou me sentindo com um vazio
Meu coração não dói e  minha mente não especula o passado
Vazia, sem expectativas, sem argumentos, sem desculpas, oca
Criatividade, cria ainda, mas não cativa. Sintomas de introversão
Na verdade é eu que não tenho algo interessante para pensar
Inspiração pra quê? Quando tudo que eu preciso é me livrar
Da dependência social. Vazia, vazia, vazia... Deixo de ser minha
Sou do silêncio, do eco, da ressonância. Mas assim preciso ficar e
Me sentir vazia para aquietar o que não me deixa me valorizar.

Daniele Vieira

8 de julho de 2012

Xícaras de Inspiração


Precisa-se de uma xícara de inspiração
Mais de duas colheres de açúcar
Diferentes especiarias, algo cativante
Alguma dose de autoestima psicótica
Talvez três gotas de criatividade cósmica?
E na parede borbulha e derrama a paisagem
No branco, manchado de sombras, vem caos
Espera por esperança, por passar na peneira
Xícara de inspiração, chá já vos jaze, café cadê a fé?
Doçura cristalizada, estigma em eclipse visual
Deixe brilhando, afogando, xícaras na meu coração
De tudo que eu preciso, preciso mais de você.

Daniele Vieira

4 de julho de 2012

Orvalho


Pela graça na manhã as gotas de orvalho ainda permanecem desacordadas
Se a natureza não ensina, fica difícil de decifrar aqueles hábitos alarmantes
Timbrando no descompasso de memórias forjadas em patamares de falsa nobreza
Antes que acreditasse, que você é aquele que concerta os galhos estranhos
Não te convence que nessa atmosfera o estranho seja belo, tudo que é utópico
Cria forma aonde o orvalho há de cair três vezes, desamparo, desliza e desapega.
Escorrega, purifica, deixa, deixa cair, deixa curar... Revigora as forças interiores
Antes de eu perceber elas acordam e em um suspiro elas caem, sofrem de desapego
Sofrem de liberdade, sofrem de mutação física, sofrem de deixar de sofrer.

Daniele Vieira