30 de abril de 2012

Despedida de Abril: Parte II


Que sempre estaria aqui, florescendo dentro de mim
Brincando com esses batidas, coração bombeia sangue
Agora, tudo é passado, estou escrevendo um pouco mais
Primavera agora se acalma mas Abril ainda não sossega
Mesmo no fim das minhas intenções, já vivo de acordo
Com o Taoísmo: "...implica em "retirar" do coração as ilusões 
dos sentidos, que estão em constante mudança, para que este se
torne verdadeiro e eterno...", "Refere-se à fonte dos padrões da
natureza e ao declínio e o fluxo das forças naturais... é o caminho
místico que pode ser seguido vivendo-se em um estado de simplicidade,
de acordo com os ritmos da natureza...", é o meu novo estudo
Minha nova sede de conhecimento, desfecho Abril com novidade
Exploro esses outros mundos, essas outras crenças e tudo só me faz
Acreditar muito mais nas minhas e acrescentá-las com um toque versátil
Abril termina diversificado, estudos renovados, primavera revivida.
Adeus Abril, me despeço agora, esqueço de tudo e te embriago nessa 
Minha nova aventura... Conhecer novas culturas e me envolver nelas.

Daniele Vieira

29 de abril de 2012

Despedida de Abril: Parte I


Uma reconstrução do jeito que você sempre foi,
É para estimular outro conômetro do tempo
Primeira vez, chora primavera, encantada quimera
Desabrocha nessa ilusão que salta em você
Cedo ou tarde, ela vai te agarrar e te machucar
Mas faça que seja conhecido pelo seus amantes
Toda loucura é bem vinda, decidi que fica melhor comigo
Sente perfume, sente textura, deslumbra poesia
Primavera sorrir, mas parece que no fundo ela 
Está suportando uma grande dor, criando espinhos
Entre rosas puras, salteando cores errantes desde antes
E agora ela suspira por outro homem, coberto de luminosidade
Como parece e como é, ela chora no seu próprio Parecer-Ser
Suas invenções a rotula antes mesmo da primeira flor florescer
Floresceu sozinha, se abraçou para não colocar seu futuro em outro
É meu Outono que precoce veio e machucou minha Primavera
Mas ela ainda desanda, em perfeito descompasso porque
Ela é minha única permanente, ela é minha única certeza
Talvez desculpas, mas elas não representam nada
É meu epílogo, a partir daqui eu começo meu novo enredo
Garante que os meu lírios não vão chorar quando eu for embora
Eu não sei me despedir de Abril, eu não sei e nunca vou saber
Primavera sempre sussurra coisas absurdas e ela disse
Que sempre estaria aqui, florescendo dentro de mim.

Daniele Vieira

28 de abril de 2012

Olhe Para Dentro


Você nunca se sentiu como se tivesse um vazio por dentro?
Você nunca se sentiu como se tivesse escolhido errado?
Já sentiu seu mundo virar para baixo? E tudo se tornasse decisão?
E como se eu, por favor, continuasse de cabeça erguida? Já chega...
Eu não sei se permanece, e tudo se torna, por favor... -suspiros-
As escolhas erradas não me permite explorar, eu pago por todos esse sonhos
Olhe para dentro agora, você nunca se sentiu como se tivesse um vazio por dentro?
É tão complicado, é tão existencial, é tão profundo, é tão requinte
E eu ainda nem cheguei a superfície, essas nuvens são dotes intelectuais
Então, você nunca se sentiu assim? Caminhando sozinho?
Como se tivesse tudo para ser perfeito? Quando escolhe o mundo errado?
Olhe para dentro agora, você nunca sentiu medo do seu cemitério de ideias?
E, por favor, você nunca se sentiu inapropriado? Será que transformará?
Você nunca se sentiu melhor com esses outros beijos? 
Como se tivesse uma necessidade de ajudar quem menos merece seu amor?
Eles dizem que eu estive assim desde antigos porta-retratos,
Começando a tocar meus medos, meu complicado demais para nós
E eu estive assim desde antigos sonhos? Como se eu estivesse segurando
A arma que matou meus próprios limites? Você nunca se sentiu...
Como se tivesse que se achar? As cicatrizes deixam o orgulho pálido
Já a dor machuca mesmo com a cabeça para baixo ela permanece erguida
Mas isso não abala minha situação, se encontrar é tão distante
 Eu aposto que não preciso mais daquele estimulo esperado
Olhe para dentro, vá lutar pelos seus desejos. Você nunca se sentiu
Como se tivesse um vazio por dentro? Vá lutar contra ele.

Daniele Vieira

26 de abril de 2012

Está Tão Frio Lá Fora


Delicadeza deveria ser usada como instrumento de maturidade
Agora, eu me sinto uma pessoa com um coração de gelo
Mas toda essa grandeza de rainha tinha a minha essência
Meu essencial gelado, minha preciosa ruína, me cicatriza...
Tudo é proteção, se escrevo melhor é porque falo de mim
Ainda permaneço presa nos devaneios daqueles tempos
Risco meus conhecimentos em outra parede de gelo, 
Desabrocha as letras inclinadas para o véu, vira tudo água
Meu destino é uma questão de água, estados de solidificação
Fusão, liquefação, ebulição e evaporização. Está tão frio lá fora
Para os anjos voarem... Está tão frio lá fora para se cobrir de branco
E aquelas minhas lágrimas se transformaram em flocos de neve
Mais uma prova que o choro do meu amor é único e breve
Das lágrimas aos cristais, coração vazio sempre estimula
Outra desculpa para continuar com forças para bombear
O sangue gelado que irriga meu corpo, meu amor agora nevava...
Parece que venderam meu desejo para outro homem
Mas meu bem, está tão frio lá fora para os anjos voarem.
Está tão frio lá fora para derreter teus sonhos nessa geada
Eu não compro sonhos mas sei que andaram sonhando comigo
Meus flocos de neve não dormem no rugir da aurora perdida
E a aurora boreal é meu sossego, e o timbre do piscar de olhos leva
À outra dimensão e coração de gelo se derrete nas flores da primavera.
Está tão nostálgico lá fora para os anjos voarem, está tão florido
Para alguém que ama construir sonhos... Para alguém que ama.

Daniele Vieira

Fragilidade


Sussurre os sonhos que te fizeram acordar assustado, 
Grite as lágrimas que sustentam a minha fragilidade,
Frágil por dentro, forte por fora, quem me conhece sabe
Prefiro quebrar do que está errada, do que ser injusta
Eu aposto que agora parece tudo besteira, são os novos
Conceitos de ingenuidade que me impedem de avançar
Tão nova para isso, tão nova para deixar de sonhar
É só mais algo que eu costumava conhecer, costumava
Entreter analisando minha própria psicologia danificada
A arte do discurso sempre foi bem vista aos meus olhos
Assim como a arte de criar e destruir, o belo da essência
Me intriga essas maluquices tão prováveis e normais
Já não me permito dizer que estou em pé voltando em 
Minha alegria. Ora, já me permito dizer que estou me 
Envolvendo interiormente, eu estou voltando para dentro
Como tudo começou, antes mesmo do Eu e do Mim
Eu estou voltando para brigar com a minha fragilidade.

Daniele Vieira


24 de abril de 2012

Aqueles Tempos


Pelas antigas malandragens que antes não eram dosadas,
Aonde se foi aquela doçura? Que de tão doce escoria veneno?
Em fim, respirar, olhar para os livros e voltar a imaginar
Hoje já sei mais do que antes pensei, já acredito em coisas
Que são inadequadas para a sociedade atual, perfeição mascarada?
Me derreto com aqueles medos bobos que me infernizaram
Acontece que nunca esqueço minhas origens, nunca esqueço
Daquele janeiro... Que janeiro, já era para ter parado com isso,
Abril sempre me surpreende, sempre trás novos amores,
Não consigo Abril odiar, até parece que é propaganda de sabonete
E as manchas escuras na poesia? Precisou de uma tempestade para limpar
Como era bom aqueles tempos de dourados, insubstituível coração
Tinta escorria na tela e meus maiores eventos eram as festas de pijamas,
Decoupagem era meu maior talento, minha felicidade era mais colorida
Que arco-íris de giz pastel, era mais fácil quando tudo era amador,
Minha poesia era bagunçada, sorria e salteava, beijava e não voltava
Novos tempos, novas perspectivas, nada melhor que sair da rotina.

Daniele Vieira

Utopia Bombardeada


É tão bom poder respirar as falhas de minha maiêutica,
A ironia se torna refúgio e o discurso vira caricatura...
Caricatura da velha filosofia, da velha mania de inventar
Tão pouco meu esqueço que tão pouco me lembro
Daquelas lendas que eu criava pelo meu amor de criar,
É certo que minhas loucuras infantis eram mais originais,
Criativas e embriagadas que minha posição filosófica atual.
Meu paraíso se firmava em apenas um piscar de olhos,
E minha utopia? Ah, minha linda, aonde esteve? Ouvir dizer
Que se apaixonou e pressa ficou... Minha utopia, vem me fantasia,
Sentir sua falta, muita, agora triste fico, sem ter mais tempo
Para ao menos te visitar, minha utopia está bombardeada,
Enquanto pensava que jogávamos xadrez, disputando o poder
Entre Rei e Rainha, derrubando torres, matando bispos,
Laçando cavalos e manipulando poesias, eu estava errada,
Jogávamos campo minado, pisávamos um no outro, arriscávamos
A cada chance, a cada nova tentativa, que tudo que nos sobrou
Foi o limite de cada um, foi aquela linha entre o certo e o adequado,
E quando o tempo melhora, é só para poder se fechar de novo
Minha utopia foi bombardeada sem eu mesma ter sido informada,
Que morte, que enfermo, cadê o meu País do Sossego?
Cadê a criatividade que já fora tão expressa em meus textos?
Parece-Ser mais do que deveria, mas somos o que somos então,
Esqueça... Então, cresça. Sempre vamos ser as melhores pessoas
Que nunca tivemos, então, para que a pressa? Se o meu orgulho
Teve a mesma participação que o seu, se minha poesia já cicatrizou
Os cortes da tua metrificação. Logo, reescrevo, tudo que desejo
É que minha utopia seja renovada, e que você tivesse sido utópico,
Facilitaria o nosso desapego e brotaria novas sementes de criatividade
É o meu último adeus, queria que fosse breve, mas tudo começou
Quando me casei com uma estrela para me livrar de todo o mal,
Hoje já desejo que vá e me deixe ir, tinha uma lista de xingamentos
Para citar, mas tudo que na verdade eu almejo, é que me deixe partir.
Minha utopia foi bombardeada e em segredo ela é reestruturada,
Aos que tem firmeza na opinião, loucura é só uma questão de privacidade.

Daniele Vieira

23 de abril de 2012

Seu Aniversário Está Chegando...


Calma... Já passou. É admito que o problema seja eu.
Como eu odeio Abril, seu aniversário está chegando...
E eu já não sei que história inventar, perante suas crônicas, 
Como eu te amo, desejava ter nascido mais cedo, só mais 5 anos,
Ah, como eu desejava, que tivesse me ensinado tudo que sabe, 
É o único ateu que eu admiro, é o único que gosta de meditar,
Pouco tempo para cuidar, pouco tempo para estar do seu lado;
Mas um ano passa e já não sei se minhas rezas te alcançam...
Gostaria que escrevesse mais para mim. Seus contos são os melhores!
Quanta história, quanta vida... Eu gosto mesmo é do seu sorriso,
Acredite se quiser mas ele brilha! Seus olhos refletem segurança, 
E com mesmo todas as doenças continuam firmes e reluzentes!
Que lindo, já disse que te amo? Espera... Eu te amo! Muito mesmo!
Cada dia me impressiona, ainda tenho guardado aqueles quadros
Que você pintou só para mim. Ai ai, seu aniversário está chegando,
E eu nem sei o que te dar de presente, tanta mania, tanta arte,
Que minha filosofia chega a ser nada quanto sua palavra sábia!
Vinte e cinco de Abril, quantos anos? -risos- Isso não importa.
Minha cabeça dá mil voltas, procuro solução, procuro colorido,
Que presente, que esperança, eu vou dar para meu avô querido?

Daniele Vieira


22 de abril de 2012

Não Mais


"Nessa vida estou me sentindo muito mais confortável,
Porque eu sei que tem uma pessoa que sempre vai estar comigo,
Aconteça o que acontecer. Pois eu sempre estarei aqui pra você!
Posso ficar longe de tudo menos de você. Não mais."

Ivo Amorim

Antiga Alma



Eu sinto falta, daqueles tempos, que eu nunca ousei dizer
Uma palavra inesperada contra teu semblante, eu sinto falta
Da música calma e da dança estruturada ao nossos pés...
Vai dizer que não se lembra? Vai dizer que nunca ousou dizer?
Que sente falta de tudo, da primavera que em Abril não veio?
Tanta paixão, é meu bem, dançávamos por cima do fino gelo
Já os mistérios de tua alma nunca jazia, sempre inovando
Você me deu algo, bom ou ruim, já não importa, já é tão antigo
Nunca precisei olhar as horas, o que era valor, hoje é bugiganga.
Minha felicidade é tão óbvia, é tão velha, é tão simples...
Hoje arte é feita com sangue e não mais com tinta... Você acredita?
Tenho medo de acreditar. Eu sinto falta, de quando os artistas
Choravam ao renascimento, rabiscavam o parnasianismo...
Eu sinto falta daqueles tempos que "moça prendada" era um elogio,
Hoje, os cientistas deveriam criar uma teoria que afirmasse que estudar
Perde peso. Talvez assim, não existisse tão menina burra e mimada.
Eu sinto falta dos meus irmãos. Eu sinto falta daquela vida jovial, 
Das antigas promessa, das antigas juras de amor e das dores do pecado.
Antiga alma, em Abril quase esquece. Aqueles vestidos de baile rendados...
Viajando no tempo, quanto tempo querido, quase esqueço de nós. 
Quase esqueço de parar de sonhar, parar de planejar, parar de analisar, 
Joshua Bell já pode parar de tocar, Allegro, sempre me alegra -risos.
Eu sinto falta daquela mania, daquela espera, daquela passividade 
Uma galáxia inteira e a única preocupação, seria, porque hoje não choveu.
Eu gosto, sempre gostei, da chuva. Nada mais requinte que a queda dela,
Nada mais descompasso, nada mais perfeito que ela. Eu sinto falta.
Alma antiga sente falta, do ilusionista, da magia, da riqueza na poesia.
Do interessante jogo de cintura, do jogos de palavras agressivas...
Hoje, jogo de cintura é explícito e palavras agressivas é palavrão.
Eu sinto falta da delicadeza que era necessária para segurar uma mão,
Eu sinto falta, eu digo, eu repito, eu tento esquecer, mas é não dá
Pois a única certeza que ainda temos é que tudo se encaminha para o caos.
Logo é inevitável, que essa minha mente não esteja a beira da loucura.
Um brinde á aqueles tempos, que minha antiga alma sente falta.

Daniele Vieira

*Joshua David Bell, meu violinista predileto.

21 de abril de 2012

Vai Acabar Tudo Bem


Não é aquela lagarta miudinha que se tornou uma linda borboleta?
Que criou asas e lutou contra seus medos da maturidade promíscua?
Combateu as dores e nunca olhou para trás e tornou a decisão sua inevitável glória,
Sua inevitável metamorfose, sua inevitável ruptura. Vai acabar tudo bem, borboleta.
E acabou tudo bem, ela só deixou ser guiada pelo fluir das ondas, no ir e vim do mar...
Ela acredita que tudo vai acabar bem, aprende a voar por necessidade e experiência,
Já que os sonhos já estão bem machucados, borboleta voa para viver.
Voam para sobreviver, se alimentar e monitorar. Já não é a mesma coisa
De quando as borboletas voavam para sonhar, criar e encantar. 
Será que vai acabar tudo bem? Será que o inevitável ainda existe?
Mesmo quando a esperança se perde? Continuo lutando com essa tempestade.
Despertou aquela música dentro da sua alma, aquela que tentou e tentou dançar
Mas você deixa os impulsos e emoções para serem apenas seus, inevitável?
Depois da metamorfose, você sente que seus sonhos estão tão longe,
O que basta é acreditar, inevitável é a única esperança. Então, vai acabar tudo bem.
Vai vim metamorfose, vai vim escolhas e vai vim amores, mas vai tudo acabar bem.
Vai acabar bem, vai acabar tudo bem. Vai acabar tudo bem pois é inevitável.

Daniele Vieira

* dedicado*  



19 de abril de 2012

Dizem


Dizem que o final dos tempos é quando o céu beijar a terra. Dizem que o centro de tudo é quando observamos nossas próprias ações. Dizem que a maior revolução é quando mudamos nossas manias. Dizem que a música é a escada para o paraíso dos deuses. Dizem que o amor se encontra algum dia e que ele faz o coração pular. Dizem que o equinócio é a parte boa dos anos que foram jogadas fora. Dizem que a primavera chora em encantos.
Mas eles não sabem de nada. Eles não podem saber de nada, não podemos saber de nada. Já que negamos o amor pela própria existência. Já que pessoas abortam, já que pessoas matam. Negamos a fonte inesgotável de viva, de amor e de razão. O que é a vida, se não um complexo infinito de teorias? O que é clichê, quando o dejà vú é permanente? O que é o carma, quando você gosta do mesmo desafio?
Então, o que eles dizem? O que é o verbo que eles dizem? Quem é você para dizer? Que mundo é esse para delimitar as graças e ajudar com a miséria? Dizer que a hipocrisia é pouco? Dizem que no final, tudo se resolve. Também dizem que a morte é a pior coisa do mundo. Toma um banho de vergonha na cara. A pior coisa do mundo é uma vida sem um propósito.
Onde eu irei encontrar paz em tantos dizem? Onde nós iremos chegar ao ponto de estagnação? Por onde dizem, por onde se esquece? Por onde eterniza?
Até onde chega essa mensagem? Dizem que é até o coração.

Daniele Vieira









17 de abril de 2012

Ele Vai Se Casar


Ele decidiu. Ele vai se casar, ele vai acabar em loucura
Ele vai se casar para crescer, permanecer e delimitar
Seus desejos se tornaram verdade, acenda as luzes
Assim como naquelas vezes que eu esqueci de negar,
Negar a profundidade e intensão das suas atitudes
Mas saiba que nada pode ser feito, nada pode ser dito
Nenhuma chama pode voltar a ser reacendida.

Ele decidiu. Ele vai se casar. Nada pode ser feito
Desejo que ela seja uma princesa, digna de um príncipe
E que sejas um príncipe de verdade! Chega de desculpas
Chega de reclamações, dei à ela ramalhete de Lírios
Sussurre as injustiças e grite o amor. Vai ficar tudo bem 
Ah, darling, não se esqueça, nunca se esqueça...
O quanto é inteligente, a felicidade que pode realizar.

Ele decidiu. Ele vai se casar. Não se esqueça. Nunca se esqueça
Que não pode mais amarrar esses laços com as mãos atadas...
E a submissão nunca foi um dos nossos aliados, não?
Ele vai se casar, vai ter seus sonhos atingidos, vai ter filhos
Quando o desejo se realiza, as memórias vão se desaparecendo
Ele vai construir, vai aprender, não comigo, mas vai aprender
Que na vida não devemos tender ao fanatismos de idolatrar
De amar, de querer, de adorar... Não podemos viver em exagero.

Ele decidiu. Ele vai se casar. Não comigo, mas vai aprender
Que na vida, tudo que é essencial é mais difícil de conquistar
Mas não importa, eu já tenho outro ponto de vista, diferente
Do jeito que costumávamos criar, minha visão estava tão cinzenta
Eu nunca desejei a tragédia, mas ela sempre foi meu maior espetáculo,
Meu maior fardo, meu maior medo. O grande amor não é o amor certo.
Sempre era guerra, preto no branco, branco no preto, amor proibido
E tudo que sabemos um do outro é muito pouco. Ele vai se casar.

Ele decidiu. Ele vai se casar. Amor proibido é muito pouco
Ele vai tentar enlouquecer o mundo com suas teorias rotuladas
Ele vai sorrir quando esquecer a palavra. Ele vai envelhecer no outono
Vai envelhecer e criar filosofia. Ele vai agradecer. E ele vai morrer.
Vai morrer como das inúmeras vezes já morreu. Ele se vai devagar...
Que os anjos lhe proteja. E eu vou decidir. E eu vou casar.
Vou errar, vou falhar, vou me testar. Vou escrever para mudar,
Vou escolher o que me faz bem, já que tudo que sei é temporário
Assim como a minha visão está clara e minha mente esclarecida. 

Daniele Vieira


13 de abril de 2012

Meu Signo Libra, Batalha Pessoal


Agora está doendo? Agora, posso dizer que Abril realmente floresceu.
Floresceu promíscua, aquela comportada que esquece de falar palavrão...
Segurou o império e ergueu a coroa. Magnífica Rainha de Copas.
Refugiou em terras estranhas, observava a luta de destemidos guerreiros.
Eles lutavam pelo trono. Lutavam pela glória e pelo poder.
Mal sabiam que ela sabia lutar, que sabia impor limites e definir territórios.
E eles ficavam pasmo com o tamanho da confiança feminina apresentada,
Empunha a espada com delicadeza e cortava com destreza.
Com a personalidade de Astreia e o raciocínio de Atenas.
Ama a justiça e o pensar. Logo, o existir se torna uma questão de afinidade
Jovem guerreira, a arte se torna pouco entre suas manipulações.
Manipulam amor, manipulam certezas; todas as decisões são testadas...
Afinal toda moeda tem dois lados, toda moeda tem que decidir
Qual lado vai cair no chão. O cara ou A coroa? Indecisão libriana me mata.
E o ascendente piora minha situação, todo essa profundidade de escorpião...
Observa a batalha, tira força da terra e os escrúpulos se torna seus aliados na guerra.
Ela ama fácil, condena os que julgam mas ela julga muito mais. Ela julga ela mesma.
Quando ama, ama de verdade. Quando sonha, sonha de verdade.
É pioneira e gosta do impulso, mas é calma e prefere ir devagar com segurança.
Tem medo de amar e não ser amada. Demora para confessar, e se puder, 
Guarda para si mesma para sempre. Tem medo de dizer Eu te amo.
Já que sei que amo, já que sei que é amor, guardo para mim.
Eu te amo, deveria ser assim, guardado para usar no fim.
Guardado para outro bravo guerreiro, quem sabe um Herácles,
Um Cronos, um Ares, um Apolo... Qual conseguir me conquistar
Inesquecível será, e meu amor já está cansado de esperar.

Daniele Vieira



11 de abril de 2012

Tua Favorita Canção


Volta música, volta violeta. Aos sonhos, perdi minha luneta
E os astros mudaram de posição, chega sussurrando no meu ouvido:
Dó, Fá, Ré, Si, Mi, Lá, Dó... Aos poucos o juízo vira questão de som.
Questão de profundidade, vibrato, elasticidade e filosofia, logo estou
Reescrevendo minha canção favorita. Logo esqueço, logo sustento,
Logo sugere vida, se continuo acabando em música, a contemplação vira
Meu vício. A melodia agrega as minhas falhas. Até se tornar algo concreto.
Então logo a música se torna meu amor predileto, me ensina tua canção favorita,
Me ensina como dançar. Vem se torna meu refúgio, meu forte argumento
Podia afogar, podia deixar de remar, podia querer unificar, podia preferir outro,
Mas ainda aqueço esse desfecho com sinos de ouro. Sintoniza com áurea dourada. 
Debaixo da chuva, o som está tão barulhento. Já tinha me esquecido o que era
Amar sem motivo. Se em alegrias maiores é apenas o som da quebra das ondas.
Deixa eu te ensinar, como se cria, como se canta. Deixa eu ser tua favorita canção.

Daniele Viera

9 de abril de 2012

Coração Nômade


Amado coração nômade, eu peço, imploro:
Pára de se apaixonar. Me dei um tempo. 
Chega "se não é aquele, vai ser esse"
Deixa eu respirar aquelas palavras, 
Deixa eu fragmentar por dentro.
Logo não sobrara mais nada,
Você não confia em si mesmo, 
Por isso não confia em mim.
Continua acabando em você.
É você, você, você... e você...
Todos vocês, todos meus amores.
Quero quebrar as palavras na sua boca,
Quero ser o brilho nos seus olhos.
Quero achar o meu anjo concreto,
Meu coração continua desacelerando,
Até os anjos esbeltos caírem em pecado.
Te enfrento até derrubar minhas desculpas,
Agora continua, meu coração cigano.
Se apaixona por um boêmio por engano,
Um gringo de olhos esmeralda por empolgação,
Um mágico de cartola por curiosidade, 
Um, um, um e um... Um narrador de histórias, 
Que na tragédia acaba em perfeição. Lágrimas.
Amado coração nômade, eu peço, imploro:
Pára de se apaixonar. Pára de amar sendo amante.

Daniele Vieira

8 de abril de 2012

Efeito Chocolate


Efeito que abraça as Rainhas dos Dramas,
Afoga as mágoas, acalma os olhos que choram,
Energiza o coração, aquece as almas magoadas.
Chocolate é preto, branco, amargo e ao leite.
Te faz rir sem de deixar bêbada. Chocólatras.
Com caramelo para o seu amor grudar em você,
Castanhas para um pouco de cultura cultivar, 
Morango para seduzir e conquistar corações,
Biscoito para deixar sua vida mais saborosa.
Efeito chocolate, me ilude e só me engorda.

Daniele Vieira

Segredos Quero Voar


Segredos esparramados em sonhos, eu até tentei desenhar.
Essa foi a maior mentira que eu já ouvi, estava ruída e bamba
Você não acha que, com tudo isso, deveria aprender algo?
Em outro equilíbrio, a gravidade deixa de ensinar a voar
Sendo que tudo que nos segurava, era um mundo danificado
Era apenas pura criatividade suicida. Era apenas puro amor traído.
Finge queda, finge criar, finge asas, finge saber voar, finge liberdade.
Mas a verdade machuca e as mentiras ainda mais, o que resta 
É esse ar sufocante que rasga. Eu tentei segurar mas não foi suficiente
Todos os segredos se transformam, em outra desculpa, em outro amor...
Outono vai te trazer de volta para mim. Só não sei se ainda vou querer
Querer brigas, apelos, exageros. Quero voar sem segredos
Quero amar o hoje, amar o agora; porque o passado me condena
E o futuro me acusa. Quero escrever sem ter medo de magoar.
Quero que não exista nenhum fragmento daquela loucura
Doce e intelectual. Quero começar comigo, começar no Eu.
Confiando no horizonte, o Sol se estilhaça o mar.
Segredos transcendem sentimentos, aparam as asas  
Fantasias as criam. E eu ainda, tenho medo de voar.

Daniele Vieira



7 de abril de 2012

Meu Verão Escuro Chora


Querido Verão, ultimamente tenho estado sem inspiração.
A primavera começou, as flores desabrocharam e eu esperei...
Esperei pela graça, pela queda, pela ferida, pela dor no peito
E nada veio, nem o som da aurora perdida, nem os escrúpulos.
Odeio está certa, odeio estimular expectativas, odeio esse processo
Odeio quando devo ser má e não me permito, odeio machucar
Me odeio por não conseguir te odiar, verão escuro promíscuo.
Me acorde em outubro, me acorde em Outono! Deixa-me lembrar...
Daquelas promessas ilhadas em nossos peitos, das juras de loucura
Alianças por amor, filosofia e dor. A arte vem do sofrimento
E os poetas se viciam em sofrimentos. Sofrem para não recuarem
Sofrem para escrever, sofrem para primavera deixar de doer
O belo me encanta, o estranho intriga. O belo estranho me encanta e intriga
Entretendo os sentidos perturbados. Abril, por que não consigo te odiar?
Eu não gosto/suporto despedidas, não inclino para o final.
Para eu, nada termina. Tudo continua, indica, morre e vive. Tudo gira.
Tudo deixa de ser, tudo parece parecer. Tudo cala, tudo grita.
Verão ainda chora, o meu Verão ainda chora, quando deveria amar.

Daniele Vieira

5 de abril de 2012

Iluminar seu Mundo


Em todos os sentidos, agradecer é o essencial. Agradecer é Divino
O rio flui, o rio continua por isso não devemos nos apegar a uma árvore
Por mais que seja nosso desejo, a correnteza puxa, arrasta o Ser
O motivo, a felicidade, o invejável é o conhecimento adquirido.
Conhecimento que inspira diretrizes filosóficas sobre crença,
Obrigada por ter iluminado meu Mundo, por clarear as perguntas
Obrigada por ter deixado eu iluminar o seu, por clarear as certezas
Obrigada por me deixar partir, por me permitir partir. Obrigada pelas dúvidas.
Agora, vá iluminar seu Mundo. Crie certezas para serem quebradas,
invente cultura para ser adorada, cultive esperança para ser lembrado,
explique com amor para poder ser compreendido, sorria e agradeça.
Seguro minha vela, ilumino meu Mundo. As provas são desaprovadas, 
Clareio esse lugar sem esperança, suspiro- sorrir nunca é deselegante.
Faça sol, sofrimento estagna. Faça chuva, sofrimento enxarca.  
Aconteça o que acontecer. O rio nunca está sozinho.

Daniele Vieira