24 de junho de 2012

Espreita Na Tua Estante


De tudo um pouco, um pouco de música espreita na tua estante
Um pouco de dança entre tuas nuances, derrete no delírio do florescer
Brota melodia na minha antiga primavera, como se eu ainda estivesse nela
Sempre assemelha com aquele perfume, aquele amargo nardo me embriaga
Pelos os meu sonhos, termina em desfecho com aquela dança caleidoscópica
Lembras dela? Aquela que tentei, tentei te ensinar, tentei criar nosso único igual
Fortifica o desejo de decadência neste coração muchado, é certo que a música
Encostou naquela estante, naquele instante, na minha próxima desculpa doentia
Me deixa permanecer aonde me permita esquecer, me deixa espreitar palavras,
Espreitar os sentimentos, outras dúvidas antes que tua estante desmorone
Um pouco, só um pouco de música, trilhando essa queda dançando
Deixe me dançar nas tuas lições, deixe me espreita na tua estante.

Daniele Vieira

Simetria Borboleta


Simetria, medo, aflição, estímulo, todas minhas falhas vão embora de algum jeito
Não tenha medo, o tempo passou e a perfeição estátua eternizou a força interior
Mais detalhes, mais coincidência, mais anos, borboleta inspira outro Mandala
Completa com cores e outras promessas de como chegar a sintonia do voo
Asas declinam sobre o céu arranhando os desejos de gringos aspirantes
Mais mesmo que a intenção seja pura, o teu segredo manchou tuas asas
Voa, voa, voa se não me conhece... Tua simetria borboleta me inspirou
Encantadora derrota cultiva o calor da vitória, se não me pergunte o porque
De todos os meus estigmas serem rotulados como manias assimétricas
Do seu lado, lado a lado, vermelho sangue mancha minhas assas por simetria.

Daniele Vieira

18 de junho de 2012

A Cor Desse Ano


    Se me perguntasse qual é a coisa que mais me intriga esses tempos, a resposta seria breve e duvidosa "Eu ainda não sei qual é a cor desse ano". É até dá para meus leitores opinarem, aliás já até comentaram "Pensei que fosse lilás" ou "Ah, eu achava que era azul de novo"; mas a verdade é que eu não sei. Não me atreveria a não comentar a respeito de minha escolha ainda mais quando ela deve ser explorada ao máximo nesse meu sentimento e na minha poesia. É estranho argumentar sobre certas regras que imponho sobre eu mesma, geralmente elas são aceitas como uma superstição ou uma obsessão pelo incerto. Mas tudo isso se trata de que? De uma mania estranha de escolher cores anuais ou a pressão de não conseguir escolher uma ou até, talvez, um medo do não escolhido, do não planejado? Acredito eu que essa história de cor, é mais um reflexo do meu mar de ideias, muitas combinações e pouca vitalidade e confiança. Agora fica esquisito não debater sobre essas pequenas frustrações que me ocorrem sem um motivo lógico, se crio/ ando criando uma nova etiquetada devo trocar todas as outras ou só a minha? Será que na minha forma de anti generalização eu já esteja generalizando? Mas que cor seria minha sem ser generalizada? Qual é a cor que pode florescer sem ser ousada? Eu não sei. Eu não tenho respostas, a cor lilás tem aparecido muito nesse ano, amarelo tem me alegrado e o azul, ah esse sempre vai ser predileto. Viu como é intrigante? E talvez eu ainda não tenha certeza até o final do ano.

 Daniele Vieira 

14 de junho de 2012

13 de junho de 2012

Tri-râmedes


Tri-râmedes, propan-luz, reflet-ri-râme-des
Raios radiados embriaga no lilás dos lírios-lira
Sombreando pontri-lhados ilhados nesse véu
Ora, se paraquebra tangência entre impressões
Talvez esteja tri-diagonal, tri-râmedes, tri-mentes.

Daniele Vieira

10 de junho de 2012

Eu Agora Me D-Desejo


Eu caí como neve nesse verso desestruturado
Eu caí de joelho como mais uma garoa numa necessidade
Eu caí sem firmamento como uma flor sem suas pétalas

Agora já não deliro nesse escrúpulo que me refratou
Agora já é um outro amanhã, para afogar os sonhos nos seus olhos
Agora já me deixa em pedaços, como eu posso ficar mais próxima?

Me dei o Sol, me preencha com o verão que nunca vem
Me mostre como eu posso transbordar algo que me questiono
Me enfeite com os raios que dançam nas copas das árvores

De gotas em gotas, eu esperava encher esse infinito oceano
De detalhe em detalhe, eu esperava ser o que desejava ser
De desejo em desejo, eu esperava que o céu não parecesse tão longe.

Daniele Vieira

8 de junho de 2012

Melancólico, Donzela & Escrúpulos Do Amanhã


E esse, sujeito melancólico... Chora donzela, chora pelo que te espera
Erga-me com esses olhos secos que andam cruzando com os meus
Que o coração não repugne e o ladrilhado prevaleça sobre os sonhos
Espelhos meus esfumaçados, ver além da postura, ver o que desejar ver
Como a grandeza explora os teus dramas artifíciais e trás as novas perseguições 
O que é extramente confortante para o orgulho impelido de certezas escuras
Me abrace como o Sol, me proteja como a Lua. Sinta como isso é incrível
É como se meu existir fizesse parte do todo. Gira, gira, gira, gira.. Tudo gira
Se tenho familiaridade com o desconhecido e meu abrigo só existe longe de casa
Doce primavera, doçura donzela entrelaçou as mãos com sua áspera elegância
Jogou as cartas e esperando o valete, a rainha toma a glória derramada em dores
Gotas de repúdio enfeitam o salão, bate e bate o relógio e o tempo não passa
Você é observado pelo que não almeja e deixa de gritar aos escrúpulos do amanhã
Aqui está esta minha caixa de gelo, aqui está as decisões precipitadas que afogaram
E esse, sujeito melancólico... Não entende nada de melancolia, muito menos a donzela.

Daniele Vieira

4 de junho de 2012

Minha Carta


Hoje eu escrevi uma carta, ela era para você, na verdade era para me entender melhor
Hoje eu escrevi uma carta falando do que sinto sobre tudo que me ocorreu esses tempos
Hoje eu escrevi uma carta meio embolada, meio sem foco mas eu escrevi sobre nós

E que nós era esse? Se nunca entendi meu eu e teu complexo eu como isso virou nós?
E que nós era esse? Quando jurei ter criado a solução perfeita para o desfecho sem dó?
E que nós era esse? Como se algo ainda ficasse impregnado em mim procedendo outros?

Depois da todavia, do entretanto, o que cabe a eu dizer a respeito de toda essa situação
É apenas o improvável, não espero outras cartas, outras desculpas, outras respostas
Na verdade eu espero apenas esquecer de verdade, maldita ligação astral, me desvirtua

Quando escrevia, ia comparando nossa relação com uma árvore que cortamos só o tronco
Quando escrevia, falava sobre como termos esquecido de matar o amor desde as raízes
Quando escrevia, descrevia como aquelas raízes ainda sugava as coisas boas ao meu redor

Já era tarde para querer lembrar de todas as loucuras agora utópicas em minha cabeça
Já era tarde para tentar esculpir aqueles sonhos em outras cicatrizes de amores bobos
Já era tarde para buscar uma nova solução para um problema que só vem com o tempo

Por isso escrevo, por isso escrevi, por isso escreverei. Minha razão se alinha com palavras
E quem sabe valha apena tentar relatar esses epílogos que parecem intrigantes cada vez mais
Esquadros, quadrados, retratos, preciso de espaço porque agora o desapego pode ser grande.

Daniele Vieira



3 de junho de 2012

Rebelião Corrói Paixão


Aproxime-se estranhas palavras, antes mesmo da rebelião
Magnifica a repulsa do entardecer até parece que extermina
E essa paixão me corrói como se fosse intimidada 
Melhor a hora que te conquisto com os meus olhos
Sobre cai entre os sonhos, meu bem, trilha esses mares
Suspendo por milhares de dores dedilhando meu coração
Até parece ilusão por tão profundo ser, por tão blindado ser
Por não deixar ser teu. Palavras calmas ecoam no horizonte
E quebram, como quebram nesse silêncio eternizante
Fragmenta minha poesia, destrói meu estigma e cria
Cria movimentos, cria atitudes, cria manifesto, cria imperatriz
Grande Rainha, graças até compadecer essa coroa de medos.

Daniele Vieira