22 de janeiro de 2014

Dobrados Errados


Tem papeis dobrados no meu assoalho, um tipo de origami que deu errado.
Levando-me para razões aleatórias... Perguntas, memórias, vida recortada
Não posso mais carregar retalhos, nem tantas cores, nem tantos amores...
Nem escapar por linhas estreitas achando que a solução só estará na aresta.
Deitar-me entre rabiscos, entre palavras metafóricas, até me embriagar em mais
Uma ideia estúpida de direção. Apreciar o chá e o cada dia que parece mudar...
Devagar, atiçando a ruína que nunca deixa de se vangloriar. Faz bem querer ficar?
Desdobrar essas lembranças, acender um pouco de voracidade no meu candelabro
E quem sabe mais uma vez, dobrar-me em poesias que nunca deram errado.


Daniele Vieira