8 de fevereiro de 2015

Um Nenhum


Seis passos em direção à cozinha, cinco comprimidos, meio copo d'água, um suspirar.
Dez horas tarde demais, vinte e sete minutos esperando o Sol baixar, três apelos, uma nota.
Quatro cores: azul, amarelo, vermelho e branco, duas sombras e sem sombra de dúvida, um amor.

Sete acordes emergindo do violão, meia dúzia de palavras e nenhuma precisava ser dita.
Treze poesias jogadas no mar, trinta e dois metros para descer e nenhuma expectativa.
Dezenove degraus em overdose na minha escada, milhões de grãos de areia e nenhum destino.

Um suspirar ofegante, uma nota maior, um amor acomodado navegante
Nenhuma palavra precisava ser dita, nenhuma expectativa para nenhum destino
Um nenhum de maresia, de mar e poesia, um nenhum pelo acaso, um nenhum um tanto meu.

Daniele Vieira