19 de novembro de 2014

Madrugada Devora

Eu andava na chuva com jeito
Agora já quase caio, tantos defeitos
Antes que fosse um parada qualquer
Imaginando problemas onde houver
Intrigas, barulhos, palavras que devoram
Andando sem direção, outra escada
Esperando qual será a próxima piada...
São apenas opiniões que me degolam...

E essa capa em cima do balcão do hotel
Tá tão frio aqui fora, tão sujo esse céu
As ruas submergem esdrúxulas, molhadas
No outo lado corre um cara de mão armada!
Medo, reações e sentimentos que devoram
Imundos e sedentos estímulos urbanos
Aah, mas tão travessos e levianos!
Nem as mais doces poesias os saciam!

Luzes de led brilhando no breu melancólico
Cuidando do mendigo de humor alcoólico
Correr pra onde? A vista daqui é bem agradável
Pra quê ter quando se pode admirar o inalcançável?
Estranho vazio (cheio) da madrugada que me devora
Joga-me na parede e me intriga mais e mais
Como se eu fosse vulnerável, pequena e não capaz
Grita, burla, chora e provoca essa emoção que aflora.

Daniele Vieira

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